sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Escolhendo minhas batalhas (e o Dia Internacional da Paz)

Abri meu coração em um grupo virtual de mães. Partilhei algumas dificuldades com a rotina que acabara de mudar com a chegada do caçula. Não lembro ao certo quais eram as queixas, mas dentre tantos conselhos e partilhas, não esqueço de uma frase em especial:
Escolha suas batalhas ou você logo gastará toda sua energia e paciência.
Sou muito grata por esse conselho.

Recentemente mudamos o lugar onde Zoé faz terapia. Essa mudança veio ao mesmo tempo em que a professora dela, da creche, precisou ficar afastada por 15 dias e as substitutas revezavam o cuidado da turma. Isso por sí só já bastou para tirá-la do eixo, deixá-la ansiosa e desencadear crises de terror noturno. Ela não tirava a soneca no meio do dia (nem na escola, nem em casa aos finais de semana) e, num efeito cascata, ficava irritada no final do dia, impossibilitando um retorno pra casa, um banho e um jantar tranquilos. Os dias estavam enlouquecedores! 

No dia em que seria a terapia dela houve uma sucessão de 'mau entendidos'. 
Fazia muito frio. Como de costume a retirei mais cedo da creche, ela estava ansiosa e animada pois haviam prometido que a terapia seria com outras crianças. Cheguei ao local de atendimento e nada do previsto iria acontecer. Nos marcaram no dia errado para o atendimento e, mesmo que fosse o dia certo, não seria uma terapia conjunta com outras crianças.

Abaixei na altura de Zoé, expliquei o que estava acontecendo e oferecí a alternativa de voltar pra casa, montar uma barraca e brincar comigo e com o irmão. Ela não quis, obviamente. 
Chorou. Gritou. Escondeu-se embaixo de um banco. Nada, absolutamente nada, a acalmava. Psicóloga e terapeuta ocupacional tentaram mediar a situação e a levaram para brincar um pouco. Isso não bastou. No caminho de volta para casa ela chorou porque viu um arco íris no céu. Chorou porque viu um grupo de meninas andando na calçada. Chorou por tudo, TUDO, T-U-D-O!

Eu, com um bebê pendurado, 'arrastando' uma criança aos berros, tentando fazer a cara mais neutra possível, só pensava em como prepararia o jantar em meio a este caos. Já no ônibus lembrei que tinha um pote de sopa no congelador (amém!). Animada, propus que fôssemos comprar pão para jantar sopa. Adivinha? Um grande não seguido de choro. 
Quando estávamos na rua de casa ela disse que queria jantar pão com manteiga.

(Aqui, minha gente, foi o momento exato onde escolhi se a noite seguiria caótica ou não).

Ela passou o dia na escola, fez pelo menos 4 refeições antes de eu ir buscá-la. Eu sabia o que tinha comido, era 'comida de verdade', nada de 'besteira'. 
Porque não deixar a menina jantar um pão com manteiga? Claro que deixei. 
O banho foi tranquilo, pois foi um pré requisito para que pudesse 'jantar'. Como ela queria muito esse bendito pão francês, não teve drama. 
Eu e Zion comemos sopa com pão. Zoé comeu só o pão. 

Lavou-se. Alimentou-se. Dormiu. Sem choro. Sem estresse.


Essa história não é sobre 'a criança ter vencido' ou sobre 'uma mãe permissiva'.
É sobre uma mãe, exausta, que tenta acolher, entender e se comunicar de forma não violenta com uma criança que está cansada, confusa, frustrada. 
É sobre fazer a paz. Não apenas um cessar fogo, mas tomar uma atitude concreta para que a paz seja real. 
É sobre oferecer condições para que a paz se fortaleça em nosso pequeno mundo (nosso lar) e reverbere em todo o Mundo, através desta nova geração que estamos criando.

Podemos, rapidamente, listar o que nos tira a paz. 
Agora, olha pra dentro de você e me responda: o que te traz/deixa em paz?

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ela quer mesmo tomar meu lugar?

Quem não tem ciúmes dos filhos, que atire a primeira pedra! Eu sou do tipo de mãe que não consegue nem imaginar os filhos namorando, que já me bate o desespero!

Depois da minha separação, não tive problemas em assumir toda a responsabilidade praticamente sozinha, às vezes até preferia! Assim que o Leonardo (meu segundo filho) nasceu, arrumei emprego que ganhava mais, mesmo que trabalhando dez horas por dia seis dias na semana. Eu sabia que o pai deles iria se relacionar com outra mulher, e por mim, estava tudo bem. Até o momento que ele quis apresentar "meus" filhos à nova namorada!

Foi então que eu descobri meu ciúmes! Me deparei com um dos meus piores lados, eu não conseguia imaginar outra mulher cuidando dos meus filhos, agindo como se fossem uma família! E sempre tinha aqueles conhecidos que ficavam mandando print das fotos que postavam com meus filhos. À cada foto, uma revolta minha, na minha cabeça havia milhares de motivos para não querer meus filhos lá, as minhas brigas com o pai deles me fazia querer deixá-los cada vez menos com eles, pois as brigas eram feias. Em determinado momento cheguei a pensar que a madrasta dos meus filhos estava querendo ser "a mais legal", a "mãe postiça", Por um tempo eu achei que ela quisesse tomar o meu lugar, e se quisesse ser "Mãe" de alguém, ela que fizesse os filhos dela...

E foi exatamente o que ela fez! Os meninos iriam ganhar mais uma irmã! Com o nascimento da criança, percebi que, eu querendo ou não, ela permaneceria na vida dos meus filhos até o fim, afinal, ela é a mãe da irmã dos meus filhos, e se tem algo que TODO dia eu os pergunto é "Qual a coisa mais importante que nós temos?" então eles respondem "A família!"... 
Era melhor eu acabar me acostumando!

No começo não foi fácil, confesso! 
Eu NUNCA tive uma reclamação sequer de que a madrasta deles foi rude, má, ou qualquer coisa que pudesse fazer jus ao papel delas nos contos de fadas; o meu divórcio aconteceu por motivos meus e do meu ex, ou seja, ela apareceu depois. Tínhamos nossas diferenças? Claro que sim! Creio que ainda temos.


imagem autorizada
Como eu disse: a chegada de uma criança mudava tudo, pois percebi que não tinha raiva do bebê, então comecei a entender (mais ou menos) a distinção que era feito entre nossas tretas e os meus filhos com ele.

Confesso que tive muita coisa pra trabalhar no meu psicológico, e foi quando percebi o quão esse relacionamento era bom para meus filhos, pois eles já não convivem tanto com o pai quanto antes (pelo menos o Arthur, que chegou a morar com ele), e quando estão na casa do pai são bem tratados, afinal, com ele trabalhando, quem eu achava que passaria os dias com eles? A Madrasta, oras! É ela quem cuida, ela quem dá banho, comida, veste, corta as unhas e limpa as orelhas quando eu esqueço, enfim... Ela faz meio que um papel de "mãe". Me incomoda esse parte de assumir que é uma parte do papel de mãe? Claro que sim! Mas é a verdade!

E a irmã deles nasceu! Foi quando minha ficha caiu que se um dia eu e meus filhos chegarmos ao ponto de brigarmos e eles terem raiva de mim, será por coisas que EU fiz, e não porque a madrasta fez algo! Olha, pensar dessa forma não é fácil para todo mundo, já vou avisando! Mas deixo uma dica para as mães, se atual do seu ex trata seus filhos com carinho e cuidado, ela não está tentando jogá-los contra você, tente baixar um pouco a guarda, ela pode só gostar dos seus filhos independente de serem seus, mas porque são do marido dela! Eu sei que vivemos em uma sociedade onde as mulheres brigam pra saber quem é a melhor, a mais bonita, a mais fitness, a mais arrumada, etc... Mas aí está o erro, até a maternidade (ou não) virou uma competição! E não paramos pra pensar que na verdade, quanto mais amor nossos filhos receberem, MELHOR! Melhor pra eles que sentem que são amados e pra você que não fica preocupada pensando se seus filhos estão sendo bem tratados, afinal, elas cuidam dos filhos que não são delas, mas com uma responsabilidade e tanto!

Agora um recado às madrastas, a ex do seu atual não é invejosa, não é louca, e não quer fazer da sua vida um inferno! Muitas vezes essa coisa que você chama de recalque, na verdade é o ciúmes de mãe, é o receio de não ser o bastante, pois nós quem damos bronca e corrigimos, tenham um pouco mais de paciência, não é nada diretamente com vocês. Às vezes é difícil entender que o relacionamento que temos com o pai da criança não tem que interferir no convívio com vocês!

O ciúmes é aceitável desde que não prive nossos filhos do convívio de pessoas que realmente gostem deles! Não se sintam ameaçadas, pois a mãe é você, e nada mudará isso!


Hoje tenho a chance de tentar fazer o melhor ambiente possível para o crescimento dos meus filhos, acredito que tudo tenha ido para o seu devido lugar! Podemos não ser amigas, mas hoje sabemos que inimigas também não somos!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Receita de Panquequinha de Banana

Meu forno está quebrado desde maio. MAIO. M-A-I-O!
A alternativa é usar a criatividade na cozinha para agradar o paladar de Zoé.
Ela está viciado em pancakes. Se deixar como todos os dias, o dia todo.

Pancake é o nome das 'panquecas americanas'. 
Aqui no Brasil, nossas panquecas são bem fininhas e quando são servidas na versão doce recebem o nome de crepe. 
Já os pancakes são fofinhos. Bolinhos de frigideira.

A receita que uso em casa é bem simples, não leva leite de vaca, ovos ou soja e pode ser feita com a ajuda da criança.

Ingredientes:

- 2 xícaras de farinha de trigo (ou 1 de trigo e 1 de aveia em flocos finos se quiser dar um valor nutricional a receita)

- 4 colheres de sopa de açúcar

- 2 bananas (usei prata)

- 3 colheres de sopa de óleo

- 1 xícara de água

- 1 colher de sopa de fermento

- canela a gosto  



Chama a tua criança para amassar as bananas, misturar os ingredientes e bater um papo despretensioso. Se fizer sujeira, tudo bem. Aproveita a companhia dela.



Misture tudo com uma colher/fuê/batedor de claras manual. 
A massa fica espessa, não líquida.
Coloque duas colheres de sopa da massa numa frigideira antiaderente e leve ao fogo baixo, não é necessário untar. 
Quando a massa estiver com furos de bolhas de ar vire-a e asse do outro lado.
Pronto!


Essa foto não faz juz a beleza e delícia dessa simples panquequinha.
Você pode comer ela assim mesmo. Pode colocar um creme vegetal (Zoé adora), geléia, amassar uma banana e jogar por cima (meu preferido), criar uma cobertura que te agrade, enfim, o céu é o limite.
Bom apetite!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Mães também gostam de: inclusão

Se você ainda não sentiu aquele aperto no peito ao notar que, por algum motivo, outras crianças rejeitam a companhia do teu filho, não se anime, pois este dia ainda vai chegar (e isso não é uma ameaça, apenas constatação). 
Aquele nó na garganta e a tentativa de remediar a situação chegará, como que de supetão, e você se perguntará: 'como é possível que não queiram estar perto dele ou dela?'

A realidade é que somos ensinados a rejeitar o diferente e nem precisa ir muito longe. Se é diferente no jeito de sorrir, de se alegrar, de falar, de andar, de pensar (e de votar, hehe) isso já basta para erguer a Muralha da China na tentativa de evitar qualquer tipo de relacionamento. 

Como se já não bastassem as restrições alimentares, que por um tempo nos impediram de visitar amigos, lugares, frequentar festas, a pouco mais de um ano descobrimos que Zoé está no espectro autista, e isso minha gente, mudou muito o meu olhar sobre a humanidade. Aquela conversa de ter mais empatia é 'real oficial'. 
O que mais quero é que minha filha seja acolhida, aceita e respeitada em suas particularidades. Para isso algumas mudanças de comportamentos precisam ser adotadas, por nós, por quem nos rodeia, pela sociedade. 

Tenho em casa 2 pequenos leitores vorazes. Desde muito cedo gostam de ler. Zoé, claro, tem predileção por livros de seu hiper foco (gatos, cachorros). A algum tempo atrás ganhou um livro de poesias infantis, em braile. 


Isso virou uma chave dentro de mim e me inquietei: o quanto eu tenho me esforçado para incluir os que são diferentes de mim? O quanto tenho ensinado meus filhos a respeitar e se adaptar para incluir quem é diferente deles?

Recentemente recebi uma mensagem sobre uma Oficina de Leitura Inclusiva, projeto mobilizado pela Fundação Dorina Nowill, que acontecerá durante a IV Festa Literária de Cidade Tiradentes (e está repleta de atividades incríveis. Sério!).

A oficina é gratuita e ainda oferece certificado aos participantes.

Quando? Dia 28 de setembro (sexta-feira) as 13h.
Onde? Biblioteca Maria Firmina dos Reis - Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes - Rua Inácio Monteiro, 6900 - São Paulo

Sua inscrição pode ser feita aqui.

Eu estarei lá. Vamos juntas?

terça-feira, 11 de setembro de 2018

O dia em que minha filha me chamou de chata

Arquivo pessoal de 03/02/2015, quando eu sequer pensava que isso aconteceria

É claro que esse dia chegaria, eu só não imaginava que seria tão (TÃO) cedo.
Do auge de seus 3 anos e 10 meses, Zoé me chamou de chata.

Era uma segunda feira fria. Não tinha aula na creche. 
Uma segunda precedida por um fim de semana de muita brincadeira, passeio e diversão. 
Uma segunda em que eu estava cansada e sem energia.

Logo durante o café da manhã, enquanto Zoé falava animada, fazendo brincadeiras ao invés de comer, eu já anunciei que não estava bem e precisaria que fossem pacientes.
O dia estava indo bem, Alexandre trabalhando em casa (com portas fechadas), crianças brincando na sala e eu organizando a casa. Depois da soneca da tarde levamos os dois para a UBS, precisavam ser vacinados. 
Voltamos e eu comecei a preparar o jantar. Só que a menina queria muito que eu brincasse junto. 
Pedí que esperasse mais um pouco. Ela insistia. Eu pedia paciência. Ela insistia. Pedí que colaborasse comigo e me esperasse na sala porque o falatório estava me irritando. Ela insistia. Fiquei brava e falei, de forma rude, que ela deveria me obedecer. Ela ficou brava e disse que eu tinha que obedecê-la (quando ela está nervosa tem episódios de ecolalia) e por fim, gritou a plenos pulmões um C-H-A-T-A. Olhei pra ela sem saber como lidar com aquilo. 
Ela, claro, saiu pela tangente e foi pro quarto. O pai, ouviu tudo, e foi conversar com ela (que não queria papo). 
Lá foi ela atrás de mim, puxando um assunto qualquer. 
- Filha, eu estou triste agora e não quero conversar. Preciso ficar sozinha.
- Eu vou ficar sozinha! - e volta brava para o quarto.

Tempos depois, no colo do pai:
- Mamãe, desculpa. Zoé é mal criada.
- Eu te desculpo. Você não é mal criada. Depois conversamos.

Tomou um banho com o pai. Jantamos e a chamei pro sofá:

- Zoé, você estava brava porque eu não fui brincar contigo e por isso me chamou de chata?
- Sim.
- Entendo. Você se sentiu mal e queria que eu também me sentisse mal? 
- Sim.
- Filha, o nome disso é vingança. As vezes nós sentimos coisas tão ruins que queremos que as outras pessoas também sintam, mas isso não resolve o problema. Só piora. Eu entendo que você queria brincar comigo.
Sabe, Jesus uma vez disse que 'a nossa boca fala aquilo que o coração está cheio'. Se deixarmos nosso coração cheio de sentimentos ruins só vamos falar coisas ruins. Quando você estiver brava peça para a pessoa te deixar um tempo sozinha até se acalmar.
- Mamãe, Jesus falou que a boca fala o que o coração está cheio. Meu coração está cheio de amor, eu amo você.
- Eu também te amo, filha. Meu coração está cheio de alegria por te ter como filha.
Beijos e abraços. 

Sei que ela apenas reproduziu o que ouviu de alguém. 
Eu poderia acabar a história aqui com uma linda reflexão sobre ter cuidado com o rótulos (chato, chorão, fofoqueiro, comilão, mentiroso) que impomos sobre as pessoas, e principalmente nossos filhos. Sobre cuidar daquilo que levamos dentro do nosso coração e tudo o mais. Seguir a vida acreditando que eu lidei muito bem com esse conflito e tal. Mas... 3 dias depois ela pisou no castelo de pedras que um amigo fez. E eu?
- Nossa, filha, que chata você é!

😐

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O que toca no seu radinho?

Fiz um compilado daquilo que as crianças mais gostam de ouvir por aqui e destaquei as músicas favoritas de Zoé. 
Espero que gostem:

  • Palavra Cantada

Palavra Cantada é uma dupla musical infantil formada em 1994 por Paulo Tatit e Sandra Peres. 
É caracterizado por canções infantis de linhas marcantes, que prezam pela elaboração das letras, arranjos e gravações, com uma poética sensível e respeito à inteligência das crianças.


Música: Ora Bolas

  • Mundo Bita

Na Galáxia da Alegria, entre o Planeta Música e o Planeta Circo, está o maravilhoso Mundo Bita. Habitado por seres verdes super engraçados chamados Plots, o lugar é mais conhecido por ser a casa do nosso amigão de bigode laranja e cartola na cabeça, o Bita!


 Música: Meu Pequeno Coração

  • Grandes Pequeninos

Grandes Pequeninos é um projeto que aborda o universo mágico do amor em família. Criado por Jair Oliveira e Tânia Khalill.


 Música: Fazendo Música

  • Crianceiras

Projeto Musical do artista Márcio de Camillo que usa suas músicas para apresentar as poesias de Manoel de Barros e Mário Quintana par as crianças.

  • Isadora Canto

Ela dá o tom ao feminino, canta a pulsação do cordão umbilical, a conexão, a infância o amor!


 Música: Sono da Noite

  • Constantina

Banda Instrumental de Belo Horizonte, criada em 2003, composta por  André Veloso (baixo), Bruno Nunes (guitarra), Daniel Nunes (bateria), Viquitor Burgos (clarone e eletrônicos) e Lucas Morais (Trompete).


 Música: Treinando para ser Chuva

  • Jazz for Babies

É uma playlist do Spotify composta por 5 álbuns (Guitarra, Piano, Trompete, Saxofone e Vibrafone).

Spotify


  • Novos Baianos 
Conjunto musical brasileiro, nascido na Bahia, ativo em seu auge entre os anos de 1969 e 1979 e que se reuniram novamente em 2016.

YouTube / Spotify 

  Música: Acabou Chorare

E por aí, o que as crianças gostam de ouvir? 

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Como lembrar daquilo que não se esqueceu?



Dizem que o maior remédio é o tempo! Que ele coloca tudo no lugar, resolve as injustiças e tudo mais. Por muito tempo eu acreditei nesse "ditado popular", hoje vejo que o tempo simplesmente passa, ele te dá outras preocupações, afinal 'o tempo não pára', não é mesmo? Vivemos em um tempo que tudo é pra já! Sempre havendo coisas "mais importantes" para se pensar, decisões a tomar, obrigações à serem realizadas, sorrisos para fingir que sempre está tudo bem!

No ano de 2012 eu morava em Caruaru - PE, a situação do sistema de saúde lá era bem difícil (assim como tem ficado cada vez mais no país inteiro). Se tornou comum eu sentir muito cansaço e dormir constantemente, em um despertar do cochilo para me virar na cama, pensei 'Gente, tô dormindo muito, será que estou grávida?', mas como sentia "cólicas", acreditei ser o calor de Pernambuco me fazendo mal como de costume! As dores ficaram cada vez mais intensas, então resolvi ir ao médico, deixei o Arthur com o meu (ex)marido e fui com um amigo nosso de moto! Ao chegar, o médico fez as perguntas de praxe, quando mediu minha pressão arterial, me perguntou se eu estava grávida! Eu rapidamente disse que não tinha como, meu filho tinha dois anos, que eu amamentava e tal! O médico me disse que iria passar um medicamento para aliviar as dores, mas que esse remédio era para grávidas, pois os sintomas que eu apresentava era de gestante, principalmente minha pressão, e que provavelmente seria uma gravidez de risco. Fui para casa atordoada, eu não sabia o que fazer, estava procurando emprego, não sabia se conseguiria amar outra criança da mesma forma que amo o Arthur! Ao chegar em casa resolvi fazer o teste de farmácia: PIMBA! Positivou! Fiz o segundo teste: UFA! Negativo! Então resolvi fazer o de sangue! Não tinha mais como negar, estava grávida! 'Meu Deus, não quero essa criança!' Era o que eu pensava, não sentia amor por ela, sentia pavor com a ideia de ter outro filho, ainda mais com o Arthur tão pequeno (mal sabia que anos depois ficaria grávida da Ravena quando o Léo tivesse 9 meses)!
As dores se tornaram mais fortes, eu tinha que ir ao hospital constantemente, isso quando conseguia sair da cama. Foi quando o meu (ex)marido disse que deveria voltar para SP, aproveitar que minha mãe estava visitando minha avó e viajar com ela. Assim foi! Eu e o Arthur viemos na frente com minha mãe! Chegamos num sábado, início de março, segunda-feira já estava passando na primeira consulta do pré-natal! Marquei minha primeira ultrassonografia e fiquei feliz pois dava tempo do pai chegar e vermos juntos o bebê pela primeira vez. Até então já tinha me acostumado com a ideia, ainda não amava aquele ser como amei o Arthur desde quando soube que ele existia, mas tudo bem, eu iria aprender amá-lo, só precisava de tempo!

Então chegou dia 06/04, fui com meus pais visitar minha irmã e meu cunhado, Arthur já ganhara seu primeiro ovo de páscoa, desde então eu não andava com ele no colo, pois minha gravidez era de risco, não podia ter relações sexuais, não podia pegar peso, etc, etc, etc. Eu seguia tudo à risca, até que ao chegar em casa, de noite, fui ao banheiro, ao abaixar minha calcinha vi sangue, gritei minha mãe, ela me disse para manter a calma, tomar um banho e dormir com as pernas para cima, que meu pai estava cansado e na manhã seguinte me levaria ao hospital, mas que isso era comum! O desespero tomou conta de mim! Eu passei maior parte da madrugada chorando, sabia que iria perder meu filho! Tentei "barganhar" com Deus, me lembrei de uma matéria no jornal que eu tinha visto alguns dias antes de uma mulher que o bebê morreu na barriga, ela se recusou a tirar e por um milagre o bebê voltou à vida! Se é verdade ou não, até hoje não sei. Mas eu queria acreditar que ficaria tudo bem, porém, algo dentro de mim já entendia onde tudo iria acabar.

Na manhã seguinte, 07/04 (sábado) acordei cedo, coloquei um absorvente, liguei para minha madrinha de casamento e pedi que me acompanhasse até o hospital mais próximo, ao chegar lá, expliquei tudo ao médico (se é que pode ser chamado assim), disse que era de risco e tudo mais, ele riu com deboche e disse que 'O pessoal de Caruaru não sabe de nada!' e me pediu para deitar na maca. Quando ele fez o exame de toque, sua mão parecia ter puxado a tampa da pia, quando ele puxou a mão seguiu uma poça de sangue, a enfermeira que estava do lado olhou com uma expressão de nojo; aquele homem pediu que eu me vestisse e fosse para casa tomar um "remedinho para segurar o bebê" e voltar na segunda-feira para ver como estava o bebê, porque meu colo do útero estava abrindo e eu corria o risco de perder. Eu senti um buraco no peito, um buraco frio e doído. Saí da sala sem chão, chorando, voltei para casa e a Pamela (a madrinha) me disse pra procurar outro médico, porque, no mínimo, esse deveria ter me deixado internada!

Resolvi ir no hospital que o Arthur tinha nascido, mas dessa vez fui com minha irmã. (Como eu agradeço por ter ido com ela!) Ao chegar lá, fui examinada, a médica me disse que o colo do útero estava TOTALMENTE aberto, aos prantos eu pedi que me dessem algo para segurar meu filho, eu queria fazer alguma coisa, eu estava aprendendo a amá-lo, eu precisava de tempo, eu daria qualquer coisa pra tê-lo! A médica me disse que não tinha o que ser feito, eu iria perder o bebê, mas como não havia expulsado tudo, teria que fazer a curetagem!

Saí da sala, nem sei como, avisei minha irmã (sinto tanto por ela ter presenciado aquilo) e entrei na sala do anestesista. Pedi uma anestesia geral, mas não pude receber, então tomei a peridural, o desespero foi maior, pois eu não dormiria, eu veria tudo! A enfermeira me deitou e eu só ouvi o médico me dizendo que tudo acabou! Minha mente desligou o tempo de todo o processo...

Então, dia 08/04 recebi alta, com dores de cabeça de enlouquecer, o choro era livre, a melhor parte de estar em casa era ver o Arthur, tê-lo comigo foi o que me manteve sã. A pior parte foi ter que ouvir que 'Deus sabe das coisas!', 'Melhor isso do que seu filho nascer com uma doença!', 'Foi vontade de Deus!'.
Trinta dias depois eu fui buscar o resultado com o motivo de eu ter abortado, e sabe de uma coisa? NINGUÉM SABE! Meu filho simplesmente morreu, morreu em mim, eu carregava no ventre um corpo sem vida que começara a necrosar, e no pouco tempo que ele passou comigo, ele não se sentiu amado, e eu só precisava daquele maldito tempo para amá-lo!

Dizem que o tempo cura tudo! O tempo passou para todos, inclusive para mim! Tive mais dois filhos, mas não deixa de doer! Nenhum filho substitui a dor de perder outro, mesmo que um feto de 3 ou 4 meses! O pai não falava sobre o ocorrido, as pessoas ao meu redor queriam que eu voltasse ao "normal" o mais rápido possível, e eu "voltei" por medo de acharem que era drama!
Recentemente decorei uma parede com as fotos de umas roupinhas dos meus filhos, mas desse, eu não tive tempo, de sua breve existência eu tenho um pedaço de papel, um laudo; e ele está na parede junto com os quadros dos irmãos. Meu marido achou mórbido e me pediu para tirar, pois, na opinião dele, vou me lembrar toda as vezes que olhar para lá. Mas eu disse pra ele e digo aqui: "Não ter o quadro na parede não quer dizer que eu não lembre do que aconteceu! Ele não deixou de ser meu filho!".

A mãe de um amigo meu disse que a dor não vai embora, ela sempre estará aqui, você só aprende a lidar com ela, mas sempre irá doer! Hoje, escrevendo o texto me debulhando em lágrimas! Olhar aquela parede não me dói, mas se alguém me pedir pra falar algo me vem aquele aperto no coração, e tudo bem! Estou tentando lidar com isso depois de seis anos, e não sei quando vou poder tocar no assunto sem chorar como se tudo estivesse acontecendo no exato momento! Uns dias estou bem, outros imagino como seria, o nome que daria, com quem iria parecer! Hoje vejo gestantes e recém-nascidos sem problemas, mas tive que trabalhar isso, pois houve um tempo que tinha crise de choro se os visse na rua, parava nas vitrines das lojas para bebês, não entendia o motivo de ter abortado, e se pudesse pedir algo ao Criador, pediria ao menos um dia com meu filho. Naquele momento eu não perdi "apenas" um bebê, depois disso, nunca mais senti a mesma alegria de antes! Então não se cobre demais! Não ache que é fraca por se lembrar do que aconteceu. Você é humana! A culpa NÃO é sua! Você não é "A" inútil que não consegue segurar um bebê no ventre! E o Tempo, bom, se ele curava alguma coisa, acho que ele já passou da data de validade!

A importância da Música

Você lembra daquele tempo em que parávamos tudo para ouvir música?
Quando ainda não era comum ter um toca fitas, 'disk man', 'mp3 player', iPod e tão pouco havia Spotify?
Lembra de ligar o rádio, colocar um disco, fita ou CD e apenas curtir o momento, sozinha ou acompanhada, deitada em silêncio ou dançando enlouquecidamente? Lembra de quando, depois de um dia cansativo, colocava uma música para esvaziar a mente e relaxar?

As novas tecnologias nos trazem muitas facilidade, mas também nos roubam preciosos momentos de contemplação.
É bastante comum encontrar pessoas com fones de ouvido durante os percursos no transporte público (aliás, o próprio Metrô da cidade de São Paulo começou a tocar música clássica dentro dos vagões durante as viagens). 
Para as crianças temos a música aliada a recursos visuais que as hipnotizam por horas.

A música é uma expressão cultural, universal e constante.

'Desde meados do desenvolvimento fetal, a criança se beneficia da exposição à música. A diretora do Conservatório Musical Mozart e professora no Centro de Educação Montessori de São Paulo, Olga Molina, adverte, porém: é muito importante que estejamos sempre atentos aos sons a que expomos as crianças. Vários de nossos sentidos podem ser desligados. Basta fechar os olhos para não ver, tapar o nariz para não sentir cheiros. Mas não é possível deixar de ouvir. Por mais que utilizemos protetores auriculares, ou nossos próprios dedos, algum som sempre ultrapassa essas barreiras, e chega ao ouvido – e chega ao cérebro.' (Períodos Sensíveis V - Música e Ritmo, Blog Lar Montessori)

Não há uma receita ou a playlist exata para desenvolver um futuro gênio. Apenas observe sua criança. Observe como reage a determinados sons, ritmos, estilos, instrumentos. Ofereça-lhe música instrumental, não apenas infantis, explore os sons, estilos e logo descobrirá o que mais a agrada. 

Escute música, evite assistir. Aprenda e ensine a apreciar os sons, a arte. 

'Ainda segundo a especialista Olga Molina, e concordando aqui muitíssimo com Maria Montessori, é necessário um silêncio sobre o qual surja o som. Em uma sala ou uma casa na qual não existe silêncio, na qual o som ou a televisão estão eternamente ligados, onde se fala sempre ao telefone e se conversa sempre alto, o som não tem lugar. Não há música clássica de fundo que dê conta da inquietude de uma casa barulhenta. O silêncio é a mãe do som. É dentro do silêncio que o som se desenvolve e é dele que o som sai, é a partir dele que o som vive e é nele que o som se apoia para existir no mundo. Sem silêncio, não existe som. Sem silêncio não existe música. E nos cabe mesmo perguntar, de forma uma tanto leiga e muito curiosa: O que é a música e o som senão diferentes manifestações daquilo que o silêncio não é?' (Períodos Sensíveis V - Música e Ritmo, Blog Lar Montessori)

A música também poderá ser usada para estabelecer uma rotina com a criança (estratégia que usamos por muitas vezes aqui em casa) e, especialmente, para criar momentos de conexão, seja em silêncio para desfrutar os sons ou criando um show maluco de canto e dança com suas crianças. 

O que não nos falta são oportunidades de nos conectar e criar tempo de qualidade. 

 Arquivo pessoal: 06/07/2015, musicalização infantil na Casa de Viver

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cozinha: uma relação de amor e ódio


Se há um lugar na casa, na rotina familiar, onde parece que o trabalho nunca acaba, este lugar é a cozinha.
A louça parece se reproduzir por geração espontânea e, em alguns dias, tenho a sensação de que comer é a única coisa que fazemos por aqui.
O tempo que fico de pé, cozinhando, limpando, organizando as coisas me renderiam um bom adicional por insalubridade.
Por outro lado, sempre que quero um tempo de tranquilidade, deixo as crianças com o pai e vou cozinhar. 

Quando éramos apenas um casal, vivíamos a base de refeições expressas (leia-se miojo), embutidos, pizzas. 
Com a chegada dos filhos (esses mini seres humanos que nós queremos que já sejam apaixonados por comidas saudáveis, legumes, verduras, frutas) tendemos a cuidar melhor da alimentação (pelo menos na frente deles, porque escondido sempre rola um chocolate e um refrigerante, né?).
Por aqui a chegada de uma criança veio junto a restrições de alguns alimentos aos quais ela desenvolveu alergia. Optei por manter o aleitamento materno e, por isso, tive que fazer uma dieta de exclusão de tudo aquilo que a fazia mal (leite de vaca e derivados, ovos, tomate, morango, abacaxi e kiwi). Mudamos os hábitos alimentares, precisamos adaptar algumas receitas, abrir mão de outras, procurar por produtos que não estivessem contaminados e assim seguimos a quase 4 anos. 
Existem dias em que o cansaço é tanto que vamos de batata frita, ou que existe uma tensão tão grande a ponto de o arroz ficar crú, o feijão queimar (até farofa já deixei queimar por aqui!). Mas existem outros dias em que entrego todo o meu amor no preparo das refeições (mesmo que seja um simples macarrão, que é a preferência de Zoé)

A comida é uma forma de amar. A qualidade do que servimos em nossas refeições (independente de ser o sal rosa do himalaia ou a flor de abobrinha orgânica) nutre muito mais que nossos corpos, nutre a relação com o prazer de comer, de estar reunido, contando sobre como foi o dia, rindo ou cantando, criando memórias afetivas através desta alquimia. 

Aqui em casa não comemos carne (nem peixe!), pensamos naquilo que trazemos para dentro de nós, damos graças por cada refeição (ainda que seja arroz, feijão e chuchu), saboreamos o alimento e a companhia. E é sempre um deleite para o meu coração... Até chegar a hora de eu precisar lavar a louça... Hahahahaha...

A maternidade na cozinha não é sobre métodos infalíveis para sua sua criança comer de tudo, ou quantas verduras ou legumes minha criança come a mais ou a menos que a sua. É sobre aprender e ensinar a respeitar o meio ambiente, o nosso corpo, aproveitar ao máximo aquilo que o alimento pode nos oferecer, respeitar os limites do nosso estômago ou da seletividade alimentar das crianças. É assunto pra muitos outros posts.

Filmes para Mulheres e Mães

Filmes e Séries Divertidos


Nas madrugadas de insônia e buscando um pouco de inspiração, andei fuçando na TV e encontrei algumas coisas bastante divertidas para descontrair um pouco. Filmes e séries que mostram exatamente o que as mães passam.
Prepare a pipoca!

Turma do Peito

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Netflix
Nesta série uma mãe com um bebê recém nascido busca apoio em um grupo de mães que compartilham as experiências.

A mulher está visivelmente cansada, ou melhor, esgotada pela dedicação aos cuidados com a filha e ainda precisa dar conta de cuidar da casa, supermercado, marido, sogra, mãe... Nossa, coitada!

Me identifiquei e me diverti bastante, assisti tudo(são sete episódios com cerca de 30 minutos cada) em dois dias. O final é hilário!


Good Girls

Netflix

Outra série que não deixa você desgrudar os olhos da tela.

Três amigas e mães que estão passando por dificuldades financeiras resolvem assaltar um mercado e descobrem que se envolveram no mundo do crime, mais do que imaginavam.

Depois disso, acabam se acostumando com a ideia e a partir daí a coisa vai se complicando e descomplicando e assim passam-se dez episódios de aproximadamente 40 minutos cada.

Os conflitos internos vão tomando outras formas na lógica de se desculpar pelo que antes parecia tão errado!


Perfeita é a Mãe!

Netflix

Este filme eu assisti no youtube e também tem várias situações engraçadas sobre a maternidade.

Essas mães estão mesmo é de saco cheio de alguns conceitos impostos à elas e resolvem mostrar que não é bem assim que funciona!

Também nos faz refletir um pouco sobre o quanto nos cobramos e se isso é mesmo necessário para educar filhos felizes.

Ele tem a sequência, que chega a ser ainda mais divertida, tanto que eu tive que parar várias vezes para me recompor das gargalhadas!

Eu Não Sou um Homem Fácil

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Netflix

Outro filme da Netflix que faz uma crítica bem humorada.

Este não é exatamente sobre a maternidade, mas levanta a questão do machismo e a forma como a sociedade em geral trata a mulher.

O protagonista de repente acorda num mundo invertido, dominado pelo matriarcado e as mulheres comandam o comportamento social.

Com situações engraçadas o filme vai retratando aquilo que nos acostumamos a ver como algo normal, transformando tudo na inversão dos conceitos e na troca de papéis.