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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Esse tal de Unschooling

Há sete anos atrás, quando Rafael nasceu, eu nunca havia me preocupado com esse negócio de educação, metodologias de ensino, pedagogia ou com a situação educacional no Brasil.

Eu não fazia ideia do que seria esse tal de unschooling.

De lá para cá, venho mudando bastante a minha opinião sobre essas questões.
Pesquisei muito, li vários artigos e livros, ouvi relatos de outras mães.


Pouco a pouco fui me convencendo de que a escola não seria o lugar adequado para o tipo de educação que eu percebia que meu filho precisava.

Como a maioria das mães, encaminhei-o para a escola ao completar a idade mínima obrigatória, quatro anos.

Com essa idade ele já sabia ler, reconhecia todos os números e tinha algumas noções básicas de inglês.

Tudo isso foi aprendido de maneira natural, devido ao próprio interesse e curiosidade dele, sem exigir metodologias didáticas ou pedagógicas.

A única ferramenta que ele usava era um tablet.
Além disso, muitos livros infantis. Foi nesse período que eu descobri o projeto "Leia para uma criança"

Rafael gostava muito de aprender e não se cansava.
Nós apenas incentivávamos e estimulávamos.

Certo dia, a diretora e a orientadora pedagógica da escola me chamaram para conversar dizendo que duvidaram da autenticidade do conhecimento que ele demonstrava.

Então fizeram vários testes com ele para comprovar os conhecimentos, pois pensaram que fosse algo que ele decorou e devia ter alguma limitação. Achei isso muito engraçado!

Disseram que o objetivo pedagógico era que os alunos reconhecessem o próprio nome até o final do ano letivo, então ele já estava ótimo...

Isso me preocupou bastante porque imaginei que, para ele, poderia representar um freio ou uma ideia equivocada de que não precisava aprender mais do que o suficiente para ser aprovado!

Comecei a fazer parte do conselho da escola para acompanhar de perto o desenvolvimento dele.

Percebi que não existe escola laica, que poucos profissionais estão preparados para lidar com pessoas tão valiosas quanto as crianças, que o "sistema" engessa qualquer possibilidade de liberdade de aprender, é tendencioso e interfere mais do que deveria na formação da personalidade dessas crianças.

Isso significa que existe uma padronização na maneira de transmitir o conhecimento, determinar comportamentos, julgar preferências e escolhas que cabem à família e avaliar crianças de acordo com critérios preestabelecidos que não se adequam a todas.

Na mesma época começaram a surgir rumores sobre o homeschooling e depois de observar muito e conversar bastante com o pai dele, resolvemos que ao terminar aquele período não levaríamos mais o Rafael para a escola.

A partir daí, comecei uma busca incessante pelas tais metodologias de ensino!
Pensei que, como nosso filho não iria para a escola, eu deveria substituir os professores e fazer todo o trabalho pedagógico em casa.

Mas eu não tinha nenhuma formação acadêmica para isso e fiquei em pânico.

A essa altura eu já tinha Olívia com pouco mais de um ano e o trabalho com as crianças aumentou muito. Fiquei exausta!

Depois de mais dois anos preocupada e sobrecarregada com tantas funções eu atingi um pico nervoso e consciencial e percebi que nada disso fazia sentido.

Eu assumi mais um papel e vivia frustrada por não me sentir capaz de cumpri-lo,

Nesse momento eu encontrei a visão do unschooling, que me trouxe tudo aquilo que eu buscava para mim e principalmente, para as crianças. Foi libertador!

Comecei a ver as crianças como seres individuais, verdadeiramente livres, sem "donos" e fui percebendo a maneira perfeitamente natural como eles aprendem sem que ninguém os ensine nada.

Descobri que como mãe, a minha função é proteger, acolher, orientar, incentivar, dar limites e permitir.

Permitir que errem, se aborreçam e expressem seus sentimentos, que se arrisquem( ai meu Deus!),  sejam espontâneos, me questionem, me ensinem e me corrijam.

Senti que eu precisava pedir que me desculpassem por ter forçado a barra, negligenciado, omitido, exigido, desrespeitado.

Então, o método agora é o seguinte: liberdade de aprender.

Se querem aprender a cozinhar, vamos fazer um bolo, uma salada ou uma vitamina.
Se querem saber sobre animais e plantas: institutos de ciências ou vamos plantar.

O corpo humano ou artes: biblioteca.
O universo - documentários e vídeos no youtube, ou planetário e observatório.

Sobre o passado, vamos aos museus. 
Sobre Deus e quem somos nós: evangelização e filosofia.

E se querem só brincar, parques, casa dos amigos, dos primos, e SESC!!!

Descobri que se desconstruir para reconstruir não é fácil.
Apagar todo o preconceito, as crenças ultrapassadas, a falsa sensação de segurança, o medo, os velhos hábitos que se tornaram obsoletos, realmente inúteis e até prejudiciais demora um pouco.

Ainda estou tentando me acertar comigo mesma, mas já tirei bastante peso dessa bagagem que eu andei carregando.

Buscando um ponto de equilíbrio entre a mulher que eu fui e a mãe que eu quero ser.
É nesse meio que eu estou!!

Seguirei por esse caminho, ansiosa para andar por outros que ainda se apresentarão e pretendo aproveitar muito a viagem.


Para entender um pouco sobre o unschooling, recomendo a leitura do livro: "Livre para Aprender: Cinco Ideias para uma Vida Unschooling Feliz" - Pam Laricchia

É um livro digital, com apenas 106 páginas, muito objetivo e fácil de ler.
Relata as experiências de uma mãe que pratica o unschooling com os dois filhos.
Bastante instrutivo para todas as mães.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Documentários Para Mães e Pais

Quando eu resolvi refletir sobre as crianças...


Eu tive filhos pensando apenas em formar uma família e criar laços duradouros para alcançar a felicidade relativa nessa vida.

Mas, conforme eles foram crescendo, percebi que ser Mãe exigiria bem mais do que essa minha vontade.
Comecei a sentir um certo desconforto ao me dar conta do meu compromisso.

Descobri que tenho que prestar mais atenção ao que eu falo e faço, porque isso se torna automaticamente um exemplo. E precisei voltar a cultivar o hábito de estudar!

Agora, tudo o que eu leio, assisto e busco me remete ao meu trabalho como Mãe.
Eu passei a prestar atenção na nossa alimentação, na maneira como as crianças pensam, se desenvolvem, sentem e se comportam.

Passei a refletir sobre temas como o consumismo, educação ambiental, escolas e métodos de ensino, parto, saúde e  como a sociedade trata estes assuntos.

Cheguei à conclusão de que é preciso estar sempre atenta e ter certeza daquilo que, como Mãe, eu acredito que seja o melhor para os meus filhos, porque existem diversas opiniões.

Para ilustrar um pouco do que eu concluí, deixarei aqui algumas referências que são bastante significativas para quem está buscando por informação e qualidade de vida.


A Educação Proibida


O filme retrata a situação atual do modelo de ensino nas maioria das escolas no Brasil e em outros países, mostrando algumas curiosidades sobre a origem da escola e sua "evolução".

Além disso, foram realizadas dezenas de entrevistas com educadores, profissionais da área de educação e de outras áreas relacionadas. E também expõe a realidade da escola convencional e das escolas alternativas.


O Começo da Vida


Nesta série, que conta com 3 filmes até o momento, vemos diversas situações de crianças e como elas vivem. Depoimentos de pais e profissionais que convivem com elas e várias informações muito importantes a respeito do desenvolvimento infantil. Eu assisti na Netflix.


O Renascimento do Parto


Outra série da Netflix, desta vez tratando de um tema bastante polêmico: as contradições na hora de escolher o tipo de parto ideal.

Médicos, Pais e Mães, Doulas e outros profissionais entrevistados relatam os fatos desconhecidos pela maioria de nós e alguns são bastante chocantes. Vale a pena conhecer os bastidores da vida!


Muito Além do Peso


O documentário, produzido por Maria Farinha Filmes, trata de uma questão muito séria que é a obesidade infantil, alertando para os efeitos da propaganda direcionada a esse público e a maneira como a situação é vivenciada.

Com histórias reais e alarmantes, as conclusões  envolvem a indústria, a mídia, o governo e a sociedade em geral.


Criança, a Alma do Negócio


Dos mesmos produtores de Muito Além do Peso, este documentário chama atenção para os apelos midiáticos voltados  ao consumismo infantil.

 Levando a uma reflexão sobre qual a responsabilidade de cada participante na vida dessas crianças, diante desse problema.


Quando sinto que já sei


Mais um documentário, com foco na educação.

Este filme traz exemplos de iniciativas alternativas ao ensino convencional, mostrando que a educação precisa ser vista com outros olhos.

E mais do que isso, que os alunos são indivíduos que têm necessidades.
Suas potencialidades podem e devem ser desenvolvidas com naturalidade e liberdade.

Coisa de Irmãos

A chegada do segundo filho(a): Olívia

Sabe aquela confiança de que o anticoncepcional vai funcionar mesmo tomando atrasado?
Assim foi a chegada do segundo filho aqui em casa.

Descobrimos Olívia quando já era uma sementinha com seis meses de vida no ventre!
Mas nessa época ainda não tinha um nome(nem gênero, porque não sabíamos de nada).

No primeiro ultrassom, aos 7 meses, levamos nosso filho, Rafael, na ocasião com 3 anos, para acompanhar a descoberta.  No íntimo de seu coraçãozinho e na empolgação de suas palavras o desejo era um só: ganharia um irmão!

Qual não foi a surpresa ao ouvir o médico dizendo que era uma menina!
Rafael ficou muito decepcionado e bravo, xingou o médico, disse que ele estava errado e saiu do consultório protestando!

Aos poucos foi se acostumando com a ideia, fazendo perguntas, acompanhando a preparação para a chegada da irmã e começou até a curtir.

No dia do parto, acompanhou-nos à maternidade e ficou aguardando o momento de poder entrar para, finalmente, conhecer aquela criaturinha que já chegou contrariando as expectativas, desde a sua descoberta!

A enfermeira avisou que o irmão poderia entrar e ele foi com o pai acompanhar o primeiro banho da menina.

A partir daí, Rafael começou a gostar da ideia e queria carregar a bebê no colo o tempo todo.
Tiraram muitas fotos juntos, ele acompanhou ansioso a primeira papinha da irmã e até filmou!

Foram anos muito felizes, até que Olívia começou a falar e a fazer as próprias escolhas...

Agora é assim: tudo o que um gosta o outro desgosta. Um quer assistir Netflix e o outro - Youtube. Os dois querem usar o  mesmo brinquedo, ao mesmo tempo, mas sem dividir. E por aí vai...

Mas se um dos dois cai doente, a coisa muda de figura.  O outro automaticamente já vira o meu assistente de enfermagem e chega até a rolar um cafuné, hahaha!

Irmãos!


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Tudo passa...

Folhas de eucalipto, pinha e amoras
Zoé está interessada por Botânica.
Caminha pelas ruas com os olhos bem atentos, observando as árvores, perguntando o nome de cada uma, reconhece algumas espécies e as vezes conversa com elas:

- Bom dia, Dona Árvore!

- Oi, Dona Árvore, que folhas bonitas você tem. Logo vai chegar o Inverno e você vai ficar pelada! (gargalhadas).

- Olha que Coqueiro Maluquinho!

- A primavera chegou, acorda Dona Flor!

Recentemente, ao pegá-la na escola, ela veio recolhendo diversas folhas, flores e frutas. Acabou que o trajeto de volta para casa levou 1 hora. 
Foi divertido. Foi sensível e enriquecedor. 
Foi uma viagem no tempo...

A exatamente 1 ano atrás, o trajeto da escola pra casa também levava 1 hora. 
Não era porque brincávamos e contemplávamos a natureza. 
Era porque Zoé começou a apresentar episódios de ansiedade e regressão de marcos de desenvolvimento. Ela ainda não falava e as tentativas de nos comunicar eram caóticas. 
Por vezes ela travava, não andava mais. Na época eu já estava com um barrigão gigantesco e não conseguia carregá-la no colo. Sem entender o conflito que ela enfrentava, sem saber como ajudar, sentava na calçada e esperava. Esperava ela se acalmar. Esperava conseguir entender o que se passava.
Foram dias extremamente difíceis. Dias que eu chegava em casa e me trancava no banheiro para chorar. Tempos de caos que pareciam não ter fim. Foram dias em que identificamos diversas características do TEA nela e procuramos ajuda profissional. Dias que passaram, e se alguém me dissesse que passariam eu não acreditaria.
Os dias passaram as custas de terapias, estudo, adaptação, adequação de rotina, companheirismo, choro. Mas passaram.

Veja bem a esperança que carrego comigo. Meus olhos e ouvidos presenciam o milagre da perseverança. Hoje essa 1 hora de percurso foi tranquila, ouvindo a voz de uma menina que a 1 ano atrás não falava.

Engrosso o caldo dos que resistem diante dos dilemas políticos e das incertezas que nos rondam. Resistimos diante do facismo e da opressão. Eles passarão. (Eu passarinho...)

Sobre Zoé, os dias de passeios e conversas amenas com árvores também passarão. Mas ainda não...

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Escolhendo minhas batalhas (e o Dia Internacional da Paz)

Abri meu coração em um grupo virtual de mães. Partilhei algumas dificuldades com a rotina que acabara de mudar com a chegada do caçula. Não lembro ao certo quais eram as queixas, mas dentre tantos conselhos e partilhas, não esqueço de uma frase em especial:
Escolha suas batalhas ou você logo gastará toda sua energia e paciência.
Sou muito grata por esse conselho.

Recentemente mudamos o lugar onde Zoé faz terapia. Essa mudança veio ao mesmo tempo em que a professora dela, da creche, precisou ficar afastada por 15 dias e as substitutas revezavam o cuidado da turma. Isso por sí só já bastou para tirá-la do eixo, deixá-la ansiosa e desencadear crises de terror noturno. Ela não tirava a soneca no meio do dia (nem na escola, nem em casa aos finais de semana) e, num efeito cascata, ficava irritada no final do dia, impossibilitando um retorno pra casa, um banho e um jantar tranquilos. Os dias estavam enlouquecedores! 

No dia em que seria a terapia dela houve uma sucessão de 'mau entendidos'. 
Fazia muito frio. Como de costume a retirei mais cedo da creche, ela estava ansiosa e animada pois haviam prometido que a terapia seria com outras crianças. Cheguei ao local de atendimento e nada do previsto iria acontecer. Nos marcaram no dia errado para o atendimento e, mesmo que fosse o dia certo, não seria uma terapia conjunta com outras crianças.

Abaixei na altura de Zoé, expliquei o que estava acontecendo e oferecí a alternativa de voltar pra casa, montar uma barraca e brincar comigo e com o irmão. Ela não quis, obviamente. 
Chorou. Gritou. Escondeu-se embaixo de um banco. Nada, absolutamente nada, a acalmava. Psicóloga e terapeuta ocupacional tentaram mediar a situação e a levaram para brincar um pouco. Isso não bastou. No caminho de volta para casa ela chorou porque viu um arco íris no céu. Chorou porque viu um grupo de meninas andando na calçada. Chorou por tudo, TUDO, T-U-D-O!

Eu, com um bebê pendurado, 'arrastando' uma criança aos berros, tentando fazer a cara mais neutra possível, só pensava em como prepararia o jantar em meio a este caos. Já no ônibus lembrei que tinha um pote de sopa no congelador (amém!). Animada, propus que fôssemos comprar pão para jantar sopa. Adivinha? Um grande não seguido de choro. 
Quando estávamos na rua de casa ela disse que queria jantar pão com manteiga.

(Aqui, minha gente, foi o momento exato onde escolhi se a noite seguiria caótica ou não).

Ela passou o dia na escola, fez pelo menos 4 refeições antes de eu ir buscá-la. Eu sabia o que tinha comido, era 'comida de verdade', nada de 'besteira'. 
Porque não deixar a menina jantar um pão com manteiga? Claro que deixei. 
O banho foi tranquilo, pois foi um pré requisito para que pudesse 'jantar'. Como ela queria muito esse bendito pão francês, não teve drama. 
Eu e Zion comemos sopa com pão. Zoé comeu só o pão. 

Lavou-se. Alimentou-se. Dormiu. Sem choro. Sem estresse.


Essa história não é sobre 'a criança ter vencido' ou sobre 'uma mãe permissiva'.
É sobre uma mãe, exausta, que tenta acolher, entender e se comunicar de forma não violenta com uma criança que está cansada, confusa, frustrada. 
É sobre fazer a paz. Não apenas um cessar fogo, mas tomar uma atitude concreta para que a paz seja real. 
É sobre oferecer condições para que a paz se fortaleça em nosso pequeno mundo (nosso lar) e reverbere em todo o Mundo, através desta nova geração que estamos criando.

Podemos, rapidamente, listar o que nos tira a paz. 
Agora, olha pra dentro de você e me responda: o que te traz/deixa em paz?

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ela quer mesmo tomar meu lugar?

Quem não tem ciúmes dos filhos, que atire a primeira pedra! Eu sou do tipo de mãe que não consegue nem imaginar os filhos namorando, que já me bate o desespero!

Depois da minha separação, não tive problemas em assumir toda a responsabilidade praticamente sozinha, às vezes até preferia! Assim que o Leonardo (meu segundo filho) nasceu, arrumei emprego que ganhava mais, mesmo que trabalhando dez horas por dia seis dias na semana. Eu sabia que o pai deles iria se relacionar com outra mulher, e por mim, estava tudo bem. Até o momento que ele quis apresentar "meus" filhos à nova namorada!

Foi então que eu descobri meu ciúmes! Me deparei com um dos meus piores lados, eu não conseguia imaginar outra mulher cuidando dos meus filhos, agindo como se fossem uma família! E sempre tinha aqueles conhecidos que ficavam mandando print das fotos que postavam com meus filhos. À cada foto, uma revolta minha, na minha cabeça havia milhares de motivos para não querer meus filhos lá, as minhas brigas com o pai deles me fazia querer deixá-los cada vez menos com eles, pois as brigas eram feias. Em determinado momento cheguei a pensar que a madrasta dos meus filhos estava querendo ser "a mais legal", a "mãe postiça", Por um tempo eu achei que ela quisesse tomar o meu lugar, e se quisesse ser "Mãe" de alguém, ela que fizesse os filhos dela...

E foi exatamente o que ela fez! Os meninos iriam ganhar mais uma irmã! Com o nascimento da criança, percebi que, eu querendo ou não, ela permaneceria na vida dos meus filhos até o fim, afinal, ela é a mãe da irmã dos meus filhos, e se tem algo que TODO dia eu os pergunto é "Qual a coisa mais importante que nós temos?" então eles respondem "A família!"... 
Era melhor eu acabar me acostumando!

No começo não foi fácil, confesso! 
Eu NUNCA tive uma reclamação sequer de que a madrasta deles foi rude, má, ou qualquer coisa que pudesse fazer jus ao papel delas nos contos de fadas; o meu divórcio aconteceu por motivos meus e do meu ex, ou seja, ela apareceu depois. Tínhamos nossas diferenças? Claro que sim! Creio que ainda temos.


imagem autorizada
Como eu disse: a chegada de uma criança mudava tudo, pois percebi que não tinha raiva do bebê, então comecei a entender (mais ou menos) a distinção que era feito entre nossas tretas e os meus filhos com ele.

Confesso que tive muita coisa pra trabalhar no meu psicológico, e foi quando percebi o quão esse relacionamento era bom para meus filhos, pois eles já não convivem tanto com o pai quanto antes (pelo menos o Arthur, que chegou a morar com ele), e quando estão na casa do pai são bem tratados, afinal, com ele trabalhando, quem eu achava que passaria os dias com eles? A Madrasta, oras! É ela quem cuida, ela quem dá banho, comida, veste, corta as unhas e limpa as orelhas quando eu esqueço, enfim... Ela faz meio que um papel de "mãe". Me incomoda esse parte de assumir que é uma parte do papel de mãe? Claro que sim! Mas é a verdade!

E a irmã deles nasceu! Foi quando minha ficha caiu que se um dia eu e meus filhos chegarmos ao ponto de brigarmos e eles terem raiva de mim, será por coisas que EU fiz, e não porque a madrasta fez algo! Olha, pensar dessa forma não é fácil para todo mundo, já vou avisando! Mas deixo uma dica para as mães, se atual do seu ex trata seus filhos com carinho e cuidado, ela não está tentando jogá-los contra você, tente baixar um pouco a guarda, ela pode só gostar dos seus filhos independente de serem seus, mas porque são do marido dela! Eu sei que vivemos em uma sociedade onde as mulheres brigam pra saber quem é a melhor, a mais bonita, a mais fitness, a mais arrumada, etc... Mas aí está o erro, até a maternidade (ou não) virou uma competição! E não paramos pra pensar que na verdade, quanto mais amor nossos filhos receberem, MELHOR! Melhor pra eles que sentem que são amados e pra você que não fica preocupada pensando se seus filhos estão sendo bem tratados, afinal, elas cuidam dos filhos que não são delas, mas com uma responsabilidade e tanto!

Agora um recado às madrastas, a ex do seu atual não é invejosa, não é louca, e não quer fazer da sua vida um inferno! Muitas vezes essa coisa que você chama de recalque, na verdade é o ciúmes de mãe, é o receio de não ser o bastante, pois nós quem damos bronca e corrigimos, tenham um pouco mais de paciência, não é nada diretamente com vocês. Às vezes é difícil entender que o relacionamento que temos com o pai da criança não tem que interferir no convívio com vocês!

O ciúmes é aceitável desde que não prive nossos filhos do convívio de pessoas que realmente gostem deles! Não se sintam ameaçadas, pois a mãe é você, e nada mudará isso!


Hoje tenho a chance de tentar fazer o melhor ambiente possível para o crescimento dos meus filhos, acredito que tudo tenha ido para o seu devido lugar! Podemos não ser amigas, mas hoje sabemos que inimigas também não somos!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Receita de Panquequinha de Banana

Meu forno está quebrado desde maio. MAIO. M-A-I-O!
A alternativa é usar a criatividade na cozinha para agradar o paladar de Zoé.
Ela está viciado em pancakes. Se deixar como todos os dias, o dia todo.

Pancake é o nome das 'panquecas americanas'. 
Aqui no Brasil, nossas panquecas são bem fininhas e quando são servidas na versão doce recebem o nome de crepe. 
Já os pancakes são fofinhos. Bolinhos de frigideira.

A receita que uso em casa é bem simples, não leva leite de vaca, ovos ou soja e pode ser feita com a ajuda da criança.

Ingredientes:

- 2 xícaras de farinha de trigo (ou 1 de trigo e 1 de aveia em flocos finos se quiser dar um valor nutricional a receita)

- 4 colheres de sopa de açúcar

- 2 bananas (usei prata)

- 3 colheres de sopa de óleo

- 1 xícara de água

- 1 colher de sopa de fermento

- canela a gosto  



Chama a tua criança para amassar as bananas, misturar os ingredientes e bater um papo despretensioso. Se fizer sujeira, tudo bem. Aproveita a companhia dela.



Misture tudo com uma colher/fuê/batedor de claras manual. 
A massa fica espessa, não líquida.
Coloque duas colheres de sopa da massa numa frigideira antiaderente e leve ao fogo baixo, não é necessário untar. 
Quando a massa estiver com furos de bolhas de ar vire-a e asse do outro lado.
Pronto!


Essa foto não faz juz a beleza e delícia dessa simples panquequinha.
Você pode comer ela assim mesmo. Pode colocar um creme vegetal (Zoé adora), geléia, amassar uma banana e jogar por cima (meu preferido), criar uma cobertura que te agrade, enfim, o céu é o limite.
Bom apetite!

terça-feira, 11 de setembro de 2018

O dia em que minha filha me chamou de chata

Arquivo pessoal de 03/02/2015, quando eu sequer pensava que isso aconteceria

É claro que esse dia chegaria, eu só não imaginava que seria tão (TÃO) cedo.
Do auge de seus 3 anos e 10 meses, Zoé me chamou de chata.

Era uma segunda feira fria. Não tinha aula na creche. 
Uma segunda precedida por um fim de semana de muita brincadeira, passeio e diversão. 
Uma segunda em que eu estava cansada e sem energia.

Logo durante o café da manhã, enquanto Zoé falava animada, fazendo brincadeiras ao invés de comer, eu já anunciei que não estava bem e precisaria que fossem pacientes.
O dia estava indo bem, Alexandre trabalhando em casa (com portas fechadas), crianças brincando na sala e eu organizando a casa. Depois da soneca da tarde levamos os dois para a UBS, precisavam ser vacinados. 
Voltamos e eu comecei a preparar o jantar. Só que a menina queria muito que eu brincasse junto. 
Pedí que esperasse mais um pouco. Ela insistia. Eu pedia paciência. Ela insistia. Pedí que colaborasse comigo e me esperasse na sala porque o falatório estava me irritando. Ela insistia. Fiquei brava e falei, de forma rude, que ela deveria me obedecer. Ela ficou brava e disse que eu tinha que obedecê-la (quando ela está nervosa tem episódios de ecolalia) e por fim, gritou a plenos pulmões um C-H-A-T-A. Olhei pra ela sem saber como lidar com aquilo. 
Ela, claro, saiu pela tangente e foi pro quarto. O pai, ouviu tudo, e foi conversar com ela (que não queria papo). 
Lá foi ela atrás de mim, puxando um assunto qualquer. 
- Filha, eu estou triste agora e não quero conversar. Preciso ficar sozinha.
- Eu vou ficar sozinha! - e volta brava para o quarto.

Tempos depois, no colo do pai:
- Mamãe, desculpa. Zoé é mal criada.
- Eu te desculpo. Você não é mal criada. Depois conversamos.

Tomou um banho com o pai. Jantamos e a chamei pro sofá:

- Zoé, você estava brava porque eu não fui brincar contigo e por isso me chamou de chata?
- Sim.
- Entendo. Você se sentiu mal e queria que eu também me sentisse mal? 
- Sim.
- Filha, o nome disso é vingança. As vezes nós sentimos coisas tão ruins que queremos que as outras pessoas também sintam, mas isso não resolve o problema. Só piora. Eu entendo que você queria brincar comigo.
Sabe, Jesus uma vez disse que 'a nossa boca fala aquilo que o coração está cheio'. Se deixarmos nosso coração cheio de sentimentos ruins só vamos falar coisas ruins. Quando você estiver brava peça para a pessoa te deixar um tempo sozinha até se acalmar.
- Mamãe, Jesus falou que a boca fala o que o coração está cheio. Meu coração está cheio de amor, eu amo você.
- Eu também te amo, filha. Meu coração está cheio de alegria por te ter como filha.
Beijos e abraços. 

Sei que ela apenas reproduziu o que ouviu de alguém. 
Eu poderia acabar a história aqui com uma linda reflexão sobre ter cuidado com o rótulos (chato, chorão, fofoqueiro, comilão, mentiroso) que impomos sobre as pessoas, e principalmente nossos filhos. Sobre cuidar daquilo que levamos dentro do nosso coração e tudo o mais. Seguir a vida acreditando que eu lidei muito bem com esse conflito e tal. Mas... 3 dias depois ela pisou no castelo de pedras que um amigo fez. E eu?
- Nossa, filha, que chata você é!

😐

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Como lembrar daquilo que não se esqueceu?



Dizem que o maior remédio é o tempo! Que ele coloca tudo no lugar, resolve as injustiças e tudo mais. Por muito tempo eu acreditei nesse "ditado popular", hoje vejo que o tempo simplesmente passa, ele te dá outras preocupações, afinal 'o tempo não pára', não é mesmo? Vivemos em um tempo que tudo é pra já! Sempre havendo coisas "mais importantes" para se pensar, decisões a tomar, obrigações à serem realizadas, sorrisos para fingir que sempre está tudo bem!

No ano de 2012 eu morava em Caruaru - PE, a situação do sistema de saúde lá era bem difícil (assim como tem ficado cada vez mais no país inteiro). Se tornou comum eu sentir muito cansaço e dormir constantemente, em um despertar do cochilo para me virar na cama, pensei 'Gente, tô dormindo muito, será que estou grávida?', mas como sentia "cólicas", acreditei ser o calor de Pernambuco me fazendo mal como de costume! As dores ficaram cada vez mais intensas, então resolvi ir ao médico, deixei o Arthur com o meu (ex)marido e fui com um amigo nosso de moto! Ao chegar, o médico fez as perguntas de praxe, quando mediu minha pressão arterial, me perguntou se eu estava grávida! Eu rapidamente disse que não tinha como, meu filho tinha dois anos, que eu amamentava e tal! O médico me disse que iria passar um medicamento para aliviar as dores, mas que esse remédio era para grávidas, pois os sintomas que eu apresentava era de gestante, principalmente minha pressão, e que provavelmente seria uma gravidez de risco. Fui para casa atordoada, eu não sabia o que fazer, estava procurando emprego, não sabia se conseguiria amar outra criança da mesma forma que amo o Arthur! Ao chegar em casa resolvi fazer o teste de farmácia: PIMBA! Positivou! Fiz o segundo teste: UFA! Negativo! Então resolvi fazer o de sangue! Não tinha mais como negar, estava grávida! 'Meu Deus, não quero essa criança!' Era o que eu pensava, não sentia amor por ela, sentia pavor com a ideia de ter outro filho, ainda mais com o Arthur tão pequeno (mal sabia que anos depois ficaria grávida da Ravena quando o Léo tivesse 9 meses)!
As dores se tornaram mais fortes, eu tinha que ir ao hospital constantemente, isso quando conseguia sair da cama. Foi quando o meu (ex)marido disse que deveria voltar para SP, aproveitar que minha mãe estava visitando minha avó e viajar com ela. Assim foi! Eu e o Arthur viemos na frente com minha mãe! Chegamos num sábado, início de março, segunda-feira já estava passando na primeira consulta do pré-natal! Marquei minha primeira ultrassonografia e fiquei feliz pois dava tempo do pai chegar e vermos juntos o bebê pela primeira vez. Até então já tinha me acostumado com a ideia, ainda não amava aquele ser como amei o Arthur desde quando soube que ele existia, mas tudo bem, eu iria aprender amá-lo, só precisava de tempo!

Então chegou dia 06/04, fui com meus pais visitar minha irmã e meu cunhado, Arthur já ganhara seu primeiro ovo de páscoa, desde então eu não andava com ele no colo, pois minha gravidez era de risco, não podia ter relações sexuais, não podia pegar peso, etc, etc, etc. Eu seguia tudo à risca, até que ao chegar em casa, de noite, fui ao banheiro, ao abaixar minha calcinha vi sangue, gritei minha mãe, ela me disse para manter a calma, tomar um banho e dormir com as pernas para cima, que meu pai estava cansado e na manhã seguinte me levaria ao hospital, mas que isso era comum! O desespero tomou conta de mim! Eu passei maior parte da madrugada chorando, sabia que iria perder meu filho! Tentei "barganhar" com Deus, me lembrei de uma matéria no jornal que eu tinha visto alguns dias antes de uma mulher que o bebê morreu na barriga, ela se recusou a tirar e por um milagre o bebê voltou à vida! Se é verdade ou não, até hoje não sei. Mas eu queria acreditar que ficaria tudo bem, porém, algo dentro de mim já entendia onde tudo iria acabar.

Na manhã seguinte, 07/04 (sábado) acordei cedo, coloquei um absorvente, liguei para minha madrinha de casamento e pedi que me acompanhasse até o hospital mais próximo, ao chegar lá, expliquei tudo ao médico (se é que pode ser chamado assim), disse que era de risco e tudo mais, ele riu com deboche e disse que 'O pessoal de Caruaru não sabe de nada!' e me pediu para deitar na maca. Quando ele fez o exame de toque, sua mão parecia ter puxado a tampa da pia, quando ele puxou a mão seguiu uma poça de sangue, a enfermeira que estava do lado olhou com uma expressão de nojo; aquele homem pediu que eu me vestisse e fosse para casa tomar um "remedinho para segurar o bebê" e voltar na segunda-feira para ver como estava o bebê, porque meu colo do útero estava abrindo e eu corria o risco de perder. Eu senti um buraco no peito, um buraco frio e doído. Saí da sala sem chão, chorando, voltei para casa e a Pamela (a madrinha) me disse pra procurar outro médico, porque, no mínimo, esse deveria ter me deixado internada!

Resolvi ir no hospital que o Arthur tinha nascido, mas dessa vez fui com minha irmã. (Como eu agradeço por ter ido com ela!) Ao chegar lá, fui examinada, a médica me disse que o colo do útero estava TOTALMENTE aberto, aos prantos eu pedi que me dessem algo para segurar meu filho, eu queria fazer alguma coisa, eu estava aprendendo a amá-lo, eu precisava de tempo, eu daria qualquer coisa pra tê-lo! A médica me disse que não tinha o que ser feito, eu iria perder o bebê, mas como não havia expulsado tudo, teria que fazer a curetagem!

Saí da sala, nem sei como, avisei minha irmã (sinto tanto por ela ter presenciado aquilo) e entrei na sala do anestesista. Pedi uma anestesia geral, mas não pude receber, então tomei a peridural, o desespero foi maior, pois eu não dormiria, eu veria tudo! A enfermeira me deitou e eu só ouvi o médico me dizendo que tudo acabou! Minha mente desligou o tempo de todo o processo...

Então, dia 08/04 recebi alta, com dores de cabeça de enlouquecer, o choro era livre, a melhor parte de estar em casa era ver o Arthur, tê-lo comigo foi o que me manteve sã. A pior parte foi ter que ouvir que 'Deus sabe das coisas!', 'Melhor isso do que seu filho nascer com uma doença!', 'Foi vontade de Deus!'.
Trinta dias depois eu fui buscar o resultado com o motivo de eu ter abortado, e sabe de uma coisa? NINGUÉM SABE! Meu filho simplesmente morreu, morreu em mim, eu carregava no ventre um corpo sem vida que começara a necrosar, e no pouco tempo que ele passou comigo, ele não se sentiu amado, e eu só precisava daquele maldito tempo para amá-lo!

Dizem que o tempo cura tudo! O tempo passou para todos, inclusive para mim! Tive mais dois filhos, mas não deixa de doer! Nenhum filho substitui a dor de perder outro, mesmo que um feto de 3 ou 4 meses! O pai não falava sobre o ocorrido, as pessoas ao meu redor queriam que eu voltasse ao "normal" o mais rápido possível, e eu "voltei" por medo de acharem que era drama!
Recentemente decorei uma parede com as fotos de umas roupinhas dos meus filhos, mas desse, eu não tive tempo, de sua breve existência eu tenho um pedaço de papel, um laudo; e ele está na parede junto com os quadros dos irmãos. Meu marido achou mórbido e me pediu para tirar, pois, na opinião dele, vou me lembrar toda as vezes que olhar para lá. Mas eu disse pra ele e digo aqui: "Não ter o quadro na parede não quer dizer que eu não lembre do que aconteceu! Ele não deixou de ser meu filho!".

A mãe de um amigo meu disse que a dor não vai embora, ela sempre estará aqui, você só aprende a lidar com ela, mas sempre irá doer! Hoje, escrevendo o texto me debulhando em lágrimas! Olhar aquela parede não me dói, mas se alguém me pedir pra falar algo me vem aquele aperto no coração, e tudo bem! Estou tentando lidar com isso depois de seis anos, e não sei quando vou poder tocar no assunto sem chorar como se tudo estivesse acontecendo no exato momento! Uns dias estou bem, outros imagino como seria, o nome que daria, com quem iria parecer! Hoje vejo gestantes e recém-nascidos sem problemas, mas tive que trabalhar isso, pois houve um tempo que tinha crise de choro se os visse na rua, parava nas vitrines das lojas para bebês, não entendia o motivo de ter abortado, e se pudesse pedir algo ao Criador, pediria ao menos um dia com meu filho. Naquele momento eu não perdi "apenas" um bebê, depois disso, nunca mais senti a mesma alegria de antes! Então não se cobre demais! Não ache que é fraca por se lembrar do que aconteceu. Você é humana! A culpa NÃO é sua! Você não é "A" inútil que não consegue segurar um bebê no ventre! E o Tempo, bom, se ele curava alguma coisa, acho que ele já passou da data de validade!

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cozinha: uma relação de amor e ódio


Se há um lugar na casa, na rotina familiar, onde parece que o trabalho nunca acaba, este lugar é a cozinha.
A louça parece se reproduzir por geração espontânea e, em alguns dias, tenho a sensação de que comer é a única coisa que fazemos por aqui.
O tempo que fico de pé, cozinhando, limpando, organizando as coisas me renderiam um bom adicional por insalubridade.
Por outro lado, sempre que quero um tempo de tranquilidade, deixo as crianças com o pai e vou cozinhar. 

Quando éramos apenas um casal, vivíamos a base de refeições expressas (leia-se miojo), embutidos, pizzas. 
Com a chegada dos filhos (esses mini seres humanos que nós queremos que já sejam apaixonados por comidas saudáveis, legumes, verduras, frutas) tendemos a cuidar melhor da alimentação (pelo menos na frente deles, porque escondido sempre rola um chocolate e um refrigerante, né?).
Por aqui a chegada de uma criança veio junto a restrições de alguns alimentos aos quais ela desenvolveu alergia. Optei por manter o aleitamento materno e, por isso, tive que fazer uma dieta de exclusão de tudo aquilo que a fazia mal (leite de vaca e derivados, ovos, tomate, morango, abacaxi e kiwi). Mudamos os hábitos alimentares, precisamos adaptar algumas receitas, abrir mão de outras, procurar por produtos que não estivessem contaminados e assim seguimos a quase 4 anos. 
Existem dias em que o cansaço é tanto que vamos de batata frita, ou que existe uma tensão tão grande a ponto de o arroz ficar crú, o feijão queimar (até farofa já deixei queimar por aqui!). Mas existem outros dias em que entrego todo o meu amor no preparo das refeições (mesmo que seja um simples macarrão, que é a preferência de Zoé)

A comida é uma forma de amar. A qualidade do que servimos em nossas refeições (independente de ser o sal rosa do himalaia ou a flor de abobrinha orgânica) nutre muito mais que nossos corpos, nutre a relação com o prazer de comer, de estar reunido, contando sobre como foi o dia, rindo ou cantando, criando memórias afetivas através desta alquimia. 

Aqui em casa não comemos carne (nem peixe!), pensamos naquilo que trazemos para dentro de nós, damos graças por cada refeição (ainda que seja arroz, feijão e chuchu), saboreamos o alimento e a companhia. E é sempre um deleite para o meu coração... Até chegar a hora de eu precisar lavar a louça... Hahahahaha...

A maternidade na cozinha não é sobre métodos infalíveis para sua sua criança comer de tudo, ou quantas verduras ou legumes minha criança come a mais ou a menos que a sua. É sobre aprender e ensinar a respeitar o meio ambiente, o nosso corpo, aproveitar ao máximo aquilo que o alimento pode nos oferecer, respeitar os limites do nosso estômago ou da seletividade alimentar das crianças. É assunto pra muitos outros posts.

Filmes para Mulheres e Mães

Filmes e Séries Divertidos


Nas madrugadas de insônia e buscando um pouco de inspiração, andei fuçando na TV e encontrei algumas coisas bastante divertidas para descontrair um pouco. Filmes e séries que mostram exatamente o que as mães passam.
Prepare a pipoca!

Turma do Peito

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Netflix
Nesta série uma mãe com um bebê recém nascido busca apoio em um grupo de mães que compartilham as experiências.

A mulher está visivelmente cansada, ou melhor, esgotada pela dedicação aos cuidados com a filha e ainda precisa dar conta de cuidar da casa, supermercado, marido, sogra, mãe... Nossa, coitada!

Me identifiquei e me diverti bastante, assisti tudo(são sete episódios com cerca de 30 minutos cada) em dois dias. O final é hilário!


Good Girls

Netflix

Outra série que não deixa você desgrudar os olhos da tela.

Três amigas e mães que estão passando por dificuldades financeiras resolvem assaltar um mercado e descobrem que se envolveram no mundo do crime, mais do que imaginavam.

Depois disso, acabam se acostumando com a ideia e a partir daí a coisa vai se complicando e descomplicando e assim passam-se dez episódios de aproximadamente 40 minutos cada.

Os conflitos internos vão tomando outras formas na lógica de se desculpar pelo que antes parecia tão errado!


Perfeita é a Mãe!

Netflix

Este filme eu assisti no youtube e também tem várias situações engraçadas sobre a maternidade.

Essas mães estão mesmo é de saco cheio de alguns conceitos impostos à elas e resolvem mostrar que não é bem assim que funciona!

Também nos faz refletir um pouco sobre o quanto nos cobramos e se isso é mesmo necessário para educar filhos felizes.

Ele tem a sequência, que chega a ser ainda mais divertida, tanto que eu tive que parar várias vezes para me recompor das gargalhadas!

Eu Não Sou um Homem Fácil

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Netflix

Outro filme da Netflix que faz uma crítica bem humorada.

Este não é exatamente sobre a maternidade, mas levanta a questão do machismo e a forma como a sociedade em geral trata a mulher.

O protagonista de repente acorda num mundo invertido, dominado pelo matriarcado e as mulheres comandam o comportamento social.

Com situações engraçadas o filme vai retratando aquilo que nos acostumamos a ver como algo normal, transformando tudo na inversão dos conceitos e na troca de papéis.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Vida de Mãe é Fácil?


Dilemas de Mãe...


Outro dia me perguntaram: "Você já está trabalhando ou ainda está em casa?"
Respondi: "Sou só Mãe em período integral, mas trabalho pra caramba!"
O mais incrível para mim é que foi uma mulher quem me perguntou isso! Uma Mãe, embora suas filhas já sejam adultas.

Isso me fez refletir sobre o que essas pessoas pensam que uma Mãe faz em casa. Devem supor que passamos o dia na cama ou em frente à TV.

Confesso que às vezes eu até tento fazer isso porque tem dias que dá uma preguiça só de pensar em todas as tarefas a cumprir e no tempo, que parece correr como um maratonista!

Mas não é isso o que fazemos. Sinto desiludir aos desinformados(as), mas as mães não tem tempo pra ficar na cama.

Se algumas vezes(ou quase sempre) passamos o dia inteiro de pijama, é porque nós temos que vencer esse maratonista que nos tortura diariamente, seja por correr demais ou por nos dar alguma vantagem. Pois quando temos algum tempo sobrando não sabemos o que fazer com ele, de tão acostumadas a correr sem parar!

Mãe não tem férias (nem décimo terceiro!), não pode ficar doente, não assiste um filme completo sem interrupções, não toma banho direito, não aprecia o jantar como deveria, não pára quieta, parece que não se cansa nunca... Mas cansa.

E o cansaço acaba por perturbar essa relação tão especial que temos com os filhos, que são a causa e também o efeito de tudo isso.
Perdemos a paciência, ficamos bravas, gritamos, quando as crianças começam a querer atenção demais e apelam para as "briguinhas de irmãos" que são muito eficazes!

O nosso "cargo" de mãe não é fácil. Educar e entreter, corrigir sem traumatizar, amar sem mimar, alimentar de forma saudável sem privar os filhos de todos os prazeres da gula e dos sabores mais sedutores que nós mesmas, muitas vezes, não conseguimos resistir!

Mas não somos obrigadas a sermos perfeitas. Nos cobramos porque inconscientemente queremos nos comparar e nos sentir melhores.

Queremos ser a melhor Mãe. Mas isso existe?