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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A importância da Música

Você lembra daquele tempo em que parávamos tudo para ouvir música?
Quando ainda não era comum ter um toca fitas, 'disk man', 'mp3 player', iPod e tão pouco havia Spotify?
Lembra de ligar o rádio, colocar um disco, fita ou CD e apenas curtir o momento, sozinha ou acompanhada, deitada em silêncio ou dançando enlouquecidamente? Lembra de quando, depois de um dia cansativo, colocava uma música para esvaziar a mente e relaxar?

As novas tecnologias nos trazem muitas facilidade, mas também nos roubam preciosos momentos de contemplação.
É bastante comum encontrar pessoas com fones de ouvido durante os percursos no transporte público (aliás, o próprio Metrô da cidade de São Paulo começou a tocar música clássica dentro dos vagões durante as viagens). 
Para as crianças temos a música aliada a recursos visuais que as hipnotizam por horas.

A música é uma expressão cultural, universal e constante.

'Desde meados do desenvolvimento fetal, a criança se beneficia da exposição à música. A diretora do Conservatório Musical Mozart e professora no Centro de Educação Montessori de São Paulo, Olga Molina, adverte, porém: é muito importante que estejamos sempre atentos aos sons a que expomos as crianças. Vários de nossos sentidos podem ser desligados. Basta fechar os olhos para não ver, tapar o nariz para não sentir cheiros. Mas não é possível deixar de ouvir. Por mais que utilizemos protetores auriculares, ou nossos próprios dedos, algum som sempre ultrapassa essas barreiras, e chega ao ouvido – e chega ao cérebro.' (Períodos Sensíveis V - Música e Ritmo, Blog Lar Montessori)

Não há uma receita ou a playlist exata para desenvolver um futuro gênio. Apenas observe sua criança. Observe como reage a determinados sons, ritmos, estilos, instrumentos. Ofereça-lhe música instrumental, não apenas infantis, explore os sons, estilos e logo descobrirá o que mais a agrada. 

Escute música, evite assistir. Aprenda e ensine a apreciar os sons, a arte. 

'Ainda segundo a especialista Olga Molina, e concordando aqui muitíssimo com Maria Montessori, é necessário um silêncio sobre o qual surja o som. Em uma sala ou uma casa na qual não existe silêncio, na qual o som ou a televisão estão eternamente ligados, onde se fala sempre ao telefone e se conversa sempre alto, o som não tem lugar. Não há música clássica de fundo que dê conta da inquietude de uma casa barulhenta. O silêncio é a mãe do som. É dentro do silêncio que o som se desenvolve e é dele que o som sai, é a partir dele que o som vive e é nele que o som se apoia para existir no mundo. Sem silêncio, não existe som. Sem silêncio não existe música. E nos cabe mesmo perguntar, de forma uma tanto leiga e muito curiosa: O que é a música e o som senão diferentes manifestações daquilo que o silêncio não é?' (Períodos Sensíveis V - Música e Ritmo, Blog Lar Montessori)

A música também poderá ser usada para estabelecer uma rotina com a criança (estratégia que usamos por muitas vezes aqui em casa) e, especialmente, para criar momentos de conexão, seja em silêncio para desfrutar os sons ou criando um show maluco de canto e dança com suas crianças. 

O que não nos falta são oportunidades de nos conectar e criar tempo de qualidade. 

 Arquivo pessoal: 06/07/2015, musicalização infantil na Casa de Viver

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cozinha: uma relação de amor e ódio


Se há um lugar na casa, na rotina familiar, onde parece que o trabalho nunca acaba, este lugar é a cozinha.
A louça parece se reproduzir por geração espontânea e, em alguns dias, tenho a sensação de que comer é a única coisa que fazemos por aqui.
O tempo que fico de pé, cozinhando, limpando, organizando as coisas me renderiam um bom adicional por insalubridade.
Por outro lado, sempre que quero um tempo de tranquilidade, deixo as crianças com o pai e vou cozinhar. 

Quando éramos apenas um casal, vivíamos a base de refeições expressas (leia-se miojo), embutidos, pizzas. 
Com a chegada dos filhos (esses mini seres humanos que nós queremos que já sejam apaixonados por comidas saudáveis, legumes, verduras, frutas) tendemos a cuidar melhor da alimentação (pelo menos na frente deles, porque escondido sempre rola um chocolate e um refrigerante, né?).
Por aqui a chegada de uma criança veio junto a restrições de alguns alimentos aos quais ela desenvolveu alergia. Optei por manter o aleitamento materno e, por isso, tive que fazer uma dieta de exclusão de tudo aquilo que a fazia mal (leite de vaca e derivados, ovos, tomate, morango, abacaxi e kiwi). Mudamos os hábitos alimentares, precisamos adaptar algumas receitas, abrir mão de outras, procurar por produtos que não estivessem contaminados e assim seguimos a quase 4 anos. 
Existem dias em que o cansaço é tanto que vamos de batata frita, ou que existe uma tensão tão grande a ponto de o arroz ficar crú, o feijão queimar (até farofa já deixei queimar por aqui!). Mas existem outros dias em que entrego todo o meu amor no preparo das refeições (mesmo que seja um simples macarrão, que é a preferência de Zoé)

A comida é uma forma de amar. A qualidade do que servimos em nossas refeições (independente de ser o sal rosa do himalaia ou a flor de abobrinha orgânica) nutre muito mais que nossos corpos, nutre a relação com o prazer de comer, de estar reunido, contando sobre como foi o dia, rindo ou cantando, criando memórias afetivas através desta alquimia. 

Aqui em casa não comemos carne (nem peixe!), pensamos naquilo que trazemos para dentro de nós, damos graças por cada refeição (ainda que seja arroz, feijão e chuchu), saboreamos o alimento e a companhia. E é sempre um deleite para o meu coração... Até chegar a hora de eu precisar lavar a louça... Hahahahaha...

A maternidade na cozinha não é sobre métodos infalíveis para sua sua criança comer de tudo, ou quantas verduras ou legumes minha criança come a mais ou a menos que a sua. É sobre aprender e ensinar a respeitar o meio ambiente, o nosso corpo, aproveitar ao máximo aquilo que o alimento pode nos oferecer, respeitar os limites do nosso estômago ou da seletividade alimentar das crianças. É assunto pra muitos outros posts.